Técnico Taguspark numa palavra

“Respeito pelo próximo: a filosofia de vida de Helena Rogério”

Entrevista de Helena Rogério: Técnico Taguspark numa palavra

Helena Rogério descreve o Técnico Taguspark com a palavra “Proximidade”, destacando a relação entre toda a comunidade, num ambiente de colaboração único, onde se constrói um verdadeiro “espírito de família”.

Nascida e criada em Moçambique, Helena tem uma história rica e diversa. Filha de pais cabo-verdianos, cresceu em Moçambique até aos 15 anos, altura em que se mudou para Portugal após a revolução do 25 de abril. A sua infância foi repleta de brincadeiras ao ar livre, “adorava trepar árvores e comer frutas diretamente das mesmas”. Teve uma infância feliz, cresceu com 5 irmãos, e a presença de uma educação religiosa proporcionou-lhe adquirir valores de vida como o respeito pelo próximo.

Relata que o período de chegada a Portugal “foi um período de crise”, onde se deparou com as saudades dos amigos deixados na terra natal, “numa altura da vida em que os afetos e as relações interpessoais contavam muito”. “Foi recomeçar tudo de novo”, acrescenta. Esta foi uma fase da vida em que o sentido da sua relação com a Fé despertou, o que a ajudou a ultrapassar momentos mais duros.

Foi durante o secundário, ao escolher a área de Economia e Gestão, que Helena teve o primeiro contacto com a Informática, “foi aí que despertou um bichinho para, efetivamente, seguir Informática”, diz. Foi nessa altura que foi desafiada para realizar um estágio no CIIST (Centro de Informática do Instituto Superior Técnico), marcando o início de uma jornada profissional que perdura há 37 anos. “Tem sido uma caminhada muito gratificante para mim”, confidencia. Durante 16 anos, trabalhou no campus da Alameda. Depois, devido a motivos familiares, decidiu pedir transferência para o campus do Taguspark, o que lhe proporcionou uma “melhor qualidade de vida”. Atualmente, Helena integra o Núcleo de Informática do Taguspark. “Encontrei muito bons colegas de trabalho que foram ajudando a que o meu desempenho profissional fosse cada vez melhor”, refere Helena.  

Ao longo da sua carreira, Helena enfrentou alguns desafios, em “momentos pontuais de maior tensão”, que lhe causaram algum desgaste emocional e psicológico. Contudo, o balanço final sempre foi positivo, e a liberdade de ser ela mesma no Técnico foram fatores determinantes para permanecer na instituição. “Venho com alegria e vontade de trabalhar”, admite, “gosto de estar no Técnico e tomo-o quase como sendo a minha casa, pois é onde passo a maior parte dos meus dias”.

Dentro da área da Informática, Helena gosta da vertente de ajudar o utilizador, comunicar com as  pessoas e perceber os seus problemas, de forma a resolvê-los,  “Lidar com toda a comunidade, desde estudantes, docentes e não docentes;  todos estes diferentes universos, e toda esta diversidade de pessoas tem sido muito enriquecedor não só a nível profissional mas também a nível pessoal.” Helena acredita que é fundamental tratar de igual forma todas as pessoas, “com respeito e simpatia”.

Para Helena, “o equilíbrio entre vida profissional e pessoal é crucial” e para além da vida profissional, é voluntária ativa na iniciativa “Serve the City”, que procura mobilizar pessoas de todas as condições e convicções para uma cidadania de proximidade. Helena conseguiu desafiar um conjunto de pessoas do Técnico a participar na iniciativa e revela que “atualmente somos uma enorme família e temos desenvolvido uma forte amizade até fora do local de trabalho”. Nos tempos livres, destaca o seu gosto pela convivência social, “gosto muito de estar com pessoas” e revela uma paixão pela dança, “gosto muito de sair e de dançar”. Helena caracteriza-se como uma pessoa animada, traço que partilha com a sua família.

No que toca a planos futuros, tem o desejo de conhecer a terra das suas origens, Cabo Verde, e revela que planeia concretizá-lo em breve. Planeia também poder dedicar-se mais aos outros, “Gostava de reformar-me com saúde para poder ajudar o próximo (…) Gostava de dedicar mais tempo ao voluntariado, trabalhar em mais projetos em prol do próximo.” Tem ainda o objetivo de estar mais presente na vida familiar, especialmente na vida dos netos, “Gostava de ter mais disponibilidade para estar com os meus netos e poder ser uma avó mais presente. (…) Quero passar-lhes valores não só de família mas também enquanto cidadãos.

“Continuar a trabalhar, deixar marcas positivas nos relacionamentos e na comunidade, ser uma pessoa íntegra e de confiança, e praticar sempre a generosidade” são os conselhos que Helena deixa às gerações futuras do Técnico.